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sábado, 30 de abril de 2011

Por Que João Ainda Encanta? - Por Hugo Studart

"Santo subito" - exigia a multidão durante os funerais de Karol Wojtyla, em abril de 2005. Vox populi, vox Dei - responderam os prelados católicos. Preparem-se, prezados leitores, pois vem aí o papa santo! João Paulo II será beatificado neste domingo, o último estágio antes da canonização oficial. É intrigante entender o que fez desse homem alguém tão encantador. Seis anos após a sua morte, como consegue continuar mobilizando multidões? Qual o conteúdo mágico de suas mensagens? Talvez esse papa exprimisse a esperança de um tempo. Já escreveram que ele seria o 13.º apóstolo. O apóstolo do novo mundo.

Na hierarquia das nações, um papa é só um sacerdote, o chefe dos católicos, religião praticada por 17% da população mundial. Manda de fato em apenas uns poucos quarteirões da cidade de Roma - o Vaticano - e em alguns milhares de sacerdotes. Contudo, talvez pelo que pregou ou por conduta pessoal, a verdade é que não houve na tumultuada transição do século 20 para o terceiro milênio nenhum outro líder político ou religioso de quem emanasse tanta autoridade moral. Ele foi, decerto, um dos gigantes do cenário político mundial, como Winston Churchill e Konrad Adenauer, talvez o último apóstolo com visões amplas e princípios universais a apontar para um novo mundo - daquela estirpe que gerou Gandhi e Martin Luther King.

Por onde passava, governantes paravam para recebê-lo e multidões corriam para aclamá-lo. Reunia legiões que ultrapassam, com frequência, 1 milhão de pessoas. Mais de 200 milhões foram às ruas aplaudi-lo. Antes dele, somente três homens haviam mobilizado multidões fora da terra natal: Alexandre da Macedônia, Júlio César e John Kennedy. Em seu pontificado, pronunciou 2.357 discursos no exterior, fez 102 viagens, levou sua pregação a 129 nações, visitou 620 cidades. O recordista anterior era o papa Paulo VI, com 12 viagens. Somente o apóstolo Paulo de Tarso, no início do cristianismo, havia ousado algo semelhante, ao peregrinar por todo o Império Romano levando a sua mensagem.

Apenas dois grandes países, China e Rússia, não foram visitados por ele. Ao não conseguir autorização para entrar na China, pregou para poucos nas Ilhas Fiji e Seychelles. Quando comprovou as injustiças sociais na América Latina, disse que "a dívida externa de um país não poderá nunca ser paga à custa da fome e da miséria de seu povo". E daí? Na prática, criou um impasse moral que acabou levando organismos como o FMI a rever seus conceitos.

Qualquer que seja o prisma pelo qual se olhe Karol Wojtyla, ainda que se discorde de suas ideias, há que admitir que ele foi um dos titãs da humanidade. Mas, afinal, o que ele dizia de marcante? Coisas simples, nada além da pregação normal do Evangelho. Geralmente falava de justiça social, com ênfase na ideia de solidariedade entre os povos e fraternidade entre os homens. As multidões costumavam ficar estupefatas quando esse homem vestido de branco acenava para um mundo melhor com a mais absoluta convicção.

André Frossard, ex-dirigente do Partido Comunista Francês, certa vez observou que esse papa vindo de Cracóvia passara diretamente para a Palestina, pois dizia palavras que escapavam ao abismo do tempo, como se fosse o 13.º apóstolo. "Ele não apenas soube falar aos católicos, mas também se dirigiu a todos os cristãos", explica Georges Suffert, autor de Tu És Pedro, livro sobre a história dos papas. "Ele inventou uma linguagem acessível à imensa maioria dos viventes. Foi como se a maioria tivesse aceitado, tacitamente, que esse papa exprimia as esperanças comuns dos homens do seu tempo".

"Num palco mundial dominado por profundas divisões econômicas, nacionais e religiosas, o papa destacou-se como o único porta-voz universal dos valores universais", escreve o vaticanista Marco Politi. "Ele ofereceu um evangelho de salvação e de esperança diante dos novos ídolos - egoísmo tribal, nacionalismo exacerbado, lucro sem preocupação com a vida humana".

João Paulo II assumiu o Vaticano numa das piores crises da História. Havia um cisma branco quase consolidado: à esquerda, a Teologia da Libertação, tentando enxertar no Evangelho a revolução socialista; à direita, o clero tradicionalista, que se recusava a acatar as reformas do Concílio Vaticano II. E um rebanho em fuga. Qual foi a estratégia de João Paulo II?

Primeiro, excomungou a direita. Depois, amordaçou a esquerda. Aposentou bispos e esquartejou prelazias progressistas, como a de São Paulo. Impôs rígida disciplina às hostes canônicas e ceifou a democracia interna. Por fim, reafirmou os valores mais conservadores, como o celibato sacerdotal e a família mononuclear. Condenou o aborto, a eutanásia, a união entre homossexuais e até os preservativos. Quanto às ovelhas, mandou deixar ir as desgarradas. Contudo, mandou que se abrigassem os divorciados e os filhos das relações pós-modernas. Deixou o cetro de uma Igreja ainda em crise moral profunda. Mas em todo o mundo os templos voltaram a ficar cheios.

Um de seus traços marcantes é que esse homem jamais foi um eremita encastelado, frágil e ascético, mas forjou sua personalidade e posições políticas nas mais duras experiências da vida. Foi soldado da resistência ao nazismo e ator na clandestinidade. Operário, quebrava pedras para comer. Seus biógrafos o poupam da divulgação de duas informações: se ceifou vidas e se provou da carne. Tudo indica, porém, que, até os 24 anos, tenha sido um soldado, um ator e um operário como qualquer outro de seu tempo. Depois virou sacerdote. Agora caminha para ser um santo popular, o papa santo!

O que diria João sobre essa beatificação? "Domine, non sum dignus" (Senhor, eu não sou digno), costumava repetir.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Católicos Perseguidos no Iraque

BAGDÁ, 26 Abr. 11 / 03:01 pm (ACI/EWTN Noticias)

A comunidade católica de Bagdá sofreu um novo ataque terrorista no último Domingo de Páscoa quando um carro bomba explodiu em frente à igreja do Sagrado Coração pouco depois do final da Missa dominical.

O atentado deixou quatro feridos e destruiu as janelas do templo localizado no distrito de Karrada. Também causou severos danos em uma caminhonete da polícia estacionada na porta da igreja.

Os feridos são dois policiais e dois civis. Não se reportaram ameaças prévias ao ataque, mas a segurança foi incrementada pela Páscoa nas igrejas de Bagdá e nas províncias do norte, onde residem muitos cristãos.

"Nossa vida no Iraque está cheia de medo", afirmou o sacerdote Hanna Saad Sirop aos fiéis reunidos na igreja caldéia de São José em Bagdá. "Mas temos que viver na fé e na confiança. Temos que confiar em Deus Todo-poderoso", acrescentou.

As autoridades iraquianas proporcionaram maior segurança às igrejas cristãs a partir do 31 de outubro do ano passado quando um ataque terrorista na Catedral siro-católica de Bagdá deixou 50 mortos e dezenas de feridos.

Estima-se que a população cristã do Iraque – que chegava a mais de 1,5 milhões de pessoas - foi reduzida pela metade desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003 e a perseguição religiosa.

Fonte: Acidigital

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Santo Agostinho: Um Modelo, por Gabriel Viviani

Peter Brown escreveu a melhor biografia sobre Santo Agostinho.  A obra se chama Santo Agostinho: Uma Biografia[1]. São mais de 600 páginas onde acompanhamos o relato apaixonante a respeito da existência do autor de Confissões e A Cidade de Deus. Sabe-se que, costumeiramente, os santos são idealizados por narrativas que escondem obscuridades humanas existentes no caráter do protagonista. Tem-se até a impressão de que o sujeito já nasceu canonizado… Claro que biografias assim acabaram inspirando a falsa ideia da santidade como privilégio para escolhidos. Os santos já nascem como predestinados! Mesmo que Peter Brown tivesse o objetivo de escrever sua narrativa guiado por tal conceito, a personalidade do santo sempre se lhe esquivaria. O teólogo das Confissões, o cristão, fruto das lágrimas doridas de Mônica, jamais pretendeu escamotear os caminhos tortuosos daquela sua conversão.  
              No trabalho de Peter Brown, descobrimos que a sinceridade daquele africano nem sempre foi compreendida por seus contemporâneos. Aquelas Confissões surpreenderam os que não conseguiam admitir a humanidade do cristianismo. Como alguém com tamanhos pecados atrevia-se a falar tão abertamente de suas fraquezas? No clima daquela época, grassavam muitas heresias que concebiam o cristão como um ser puramente espiritual. Pois Agostinho provava o contrário! O cristão visa santificar-se, estar em plena comunhão com Cristo, mas nem por isso deixa de ser humano, de ter suas imperfeições. Santo Agostinho foi visionário neste aspecto, pois entendeu rapidamente que o conceito de Igreja como uma comunidade composta de criaturas indefectíveis não corresponde à realidade.
              Fato curioso é que Santo Agostinho, antes de ter-se transformado em sacerdote, e sob a influência do neoplatonismo, sonhava dedicar-se à vida teorética, à contemplação da Verdade.  Os planos de Deus o conduziram a outra existência… Peter Brown nos informa que, quando Agostinho foi ordenado presbítero, chorou. Contudo, seu pranto não sugeria a emoção do homem finalmente atingindo seu objetivo, mas sim a do homem que se via obrigado à ordenação. Santo Agostinho não desejava o sacerdócio e, naquela época, presbíteros eram convocados à força. Daí por diante, Agostinho de Hipona compreendeu que abandonava definitivamente o ideal de vida platônico em detrimento da pregação e do combate às heresias.
              Outro aspecto interessante: Santo Agostinho dificialmente seria considerado hoje um tipo politicamente correto. Sua crítica aos hereges e até mesmo às autoridades da Igreja quase sempre eram ácidas. Agostinho não contemporizava: entre defender a verdade e conservar a simpatia alheia, ele sempre escolhia a verdade. Nem que isso lhe custasse muitos desafetos e perseguições. E é evidente que acabava custando. Segundo Peter Brown, a personalidade daquele santo chegava a ser tão combativa que, nas correspondências com o então famoso São Jerônimo[2], o estilo das discussões beirava a aspereza e a petulância. É que os dois santos buscavam a verdade ardorosamente.
              O fato recordou-me a polêmica atual a respeito da Campanha da Fraternidade e os comentários que o Pe. Paulo Ricardo teceu sobre o tema proposto (veja os vídeos no tópico abaixo). Sabemos bem que a ecologia, o pensamento revolucionário e o neopaganismo costumam confundir-se, e com isso acontece de o discurso ecológico ser, com frequência, usado como um instrumento de doutrinação política. O tema da Campanha de 2011 é Fraternidade e a Vida no Planeta, e analisando o desenvolvimento desse tema, o Pe. Paulo Ricardo encontra claramente os sinais de neopaganismo. Se você é, além de católico, também ingênuo, fica rapidamente surpreso. Neopaganismo na CNBB?! Pois não se surpreenda. Por mais que muitos se esforcem por negar, a CNBB continua influenciada pela Teologia da Libertação. Um exemplo: na Campanha da Fraternidade de 2008, Escolhe Pois a Vida, o vídeo de divugação dos bispos brasileiros teve, durante cinco minutos, a defesa do aborto. Numa campanha direcionada contra a morte de crianças inocentes, uma representante do movimento abortista defendia o assassinato de fetos! Surpreso? Em 2007, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apoiou o movimento pela reestatização da empresa Vale. Com ela caminharam ong’s que defendiam o casamento gay e, novamente, o aborto.
             O Pe. Alexsander Lopes que não é da Teologia da Libertação, nem progressista, nem tradicionalista, nem de esquerda, nem de direita, e nem de centro[3], incomodou-se com a crítica do Pe. Paulo Ricardo à Campanha da Fraternidade. O texto publicado em sua página pessoal (e retirado logo em seguida) insinua que Pe. Paulo Ricardo está-se voltando contra o Magistério da Igreja. Ora, verdade que a CNBB é composta por bispos que são escolhidos diretamente pelo Sumo Pontífice, mas como se trata de entidade constituída civilmente, não tem qualquer autoridade sobre os católicos. Portanto, as meditações críticas do Pe. Paulo Ricardo, ainda que estejam voltadas contra a Campanhas da Fraternidade, não consistem em ataques à hierarquia do catolicismo.
              No seu texto, o Pe. Alexsander Lopes também afirma que o Pe. Paulo Ricardo divide a Igreja no Brasil. Toma o exemplo da campanha presidencial brasileira, quando Pe. Paulo Ricardo atuou fortemente defendendo o voto contrário ao PT (Partido dos Trabalhadores). Por que o Pe. Paulo Ricardo se manifestou naquela ocasião? O PT e sua candidata, Dilma Rousseff, têm conhecidamente o histórico de defender causas como o aborto e a união homossexual. Se bem lembramos, o debate acabou incendiando a internet, e naquele final de campanha, em Roma, o Papa Bento XVI corroborou o posicionamento do Pe. Paulo Ricardo: os bispos e sacerdotes devem orientar católicos a não votar em candidatos e partidos que defendam o aborto e o casamento gay. Como o Pe. Paulo Ricardo estava dividindo a Igreja se suas manifestações baseavam-se fielmente na doutrina da Igreja? Pe. Paulo Ricardo caracteriza-se por ser ortodoxo, e sua argumentação a respeito da recente Campanha da CNBB é igualmente ortodoxa. Pois bem, se você é um católico ortodoxo, você é um católico da unidade.
              Que relação tem Santo Agostinho com tais polêmicas? O Pe. Alexsander Lopes e outros sacerdotes e, por que não dizer, oras, até mesmo os bispos brasileiros tirariam grande proveito da leitura de Peter Brown. O teólogo Agostinho, o bispo Agostinho, o sacerdote ressabiado Agostinho mostra claramente ali que ser católico é desejar a verdade com ardor, e defendê-la corajosamente, ainda que isso desagrade os companheiros de fé. Se Santo Agostinho tornou-se Doutor da Igreja, se suas obras de pensamento são consideradas pilares essenciais da fé católica, isso se deve à fidelidade de sua ortodoxia. O bispo de Hipona não buscou alimentar qualquer ambiente conciliatório entre o dogma e sua deturpação. Ao contrário, trabalhou com dificuldade a fim de purificar os conceitos da fé que, naquela época, eram ameaçadas pela confusão das heresias.
              Os bispos da CNBB, bem como muitos sacerdotes e leigos fingem não reconhecer a influência da Teologia da Libertação no interior do catolicismo brasileiro. Sabem que a doutrina continua ali, sabem que ela foi atacada vigorosamente por João Paulo II e Bento XVI[4], mas levantar a voz e defender o cristianismo verdadeiro significaria desagradar os colegas.
              Não digo que o Pe. Paulo Ricardo seja o novo Santo Agostinho, nem tampouco sei se a Igreja terá outro Santo Agostinho. Sei apenas que, se esse sacerdote leu o livro de Peter Brown, aprendeu direitinho.


[1] Record, 2006, Rio de Janeiro.
[2] O tradutor da Vulgata.
[3] É assim que ele mesmo se define ou não se define, sei lá.
[4] Bento XVI chamou-a de heterodoxa, ou seja, herética.

Site do autor: http://www.gabrielviviani.com/

Pe. Paulo Ricardo e a Campanha da Fraternidade

Os comentários do Pe. Paulo Ricardo à Campanha da Fraternidade estão nos vídeos abaixo:



Cristãos de Todo Mundo Rezarão Por Asia Bibi no Próximo Dia 20 de Abril

Roma, 14 Abr. 11 / 05:28 pm (ACI)


Asia Bibi, a cristã condenada à morte pela lei de blasfêmia e presa em uma penitenciária de Sheikupura, no Paquistão, agradeceu a todos aqueles que rezarão por ela no Dia Especial de Oração, no próximo 20 de abril. ''Sinto-me amada pela Igreja Católica e por todas as comunidades cristãs do mundo'', disse Asia Bibi.

Nesta data, as comunidades cristãs de todo o mundo são convidadas a recordar Asia Bibi e as vítimas inocentes da lei contra a blasfêmia que condena sem necessidade de testemunhas os acusados de blasfemar contra o corão ou Maomé. Quando Asia foi informada sobre a iniciativa, reagiu emotivamente e disse estar feliz porque o mundo inteiro vai rezar pela sua causa.

Asia agradeceu ainda à Fundação Masihi, que cuida de sua assistência legal, por promover o dia de oração:

"Estou agradecida à fundação por ter organizado tal evento, que me dá esperança para viver. Sinto-me amada pela Igreja Católica e por todas as comunidades cristãs do mundo. Estou orgulhosa de ser filha de uma comunidade tão amável e misericordiosa", afirmou Bibi em declarações reunidas pelo portal Canção Nova Notícias.

E ao desejar a paz ao mundo, Asia Bibi agradeceu ainda ao Papa Bento XVI e a todos os religiosos que rezam por ela. "Espero de todo o coração que esta Quaresma e todas as orações possam me ajudar a conquistar a liberdade e felicidade à minha família", acrescenta.

O conselheiro especial para as Minorias Religiosas no país e irmão do ministro assassinado, Shahbaz Bhatti, o católico Paul Bhatti, confirmou sua adesão ao Dia de Oração pela paquistanesa e garantiu também a sua oração pessoal e seu compromisso em trabalhar junto ao governo do Paquistão e às minorias religiosas para encontrar uma solução e evitar que, no futuro, haja mais vítimas por causa da polêmica lei.

A Esquerda, O Ecologismo e A Derrota da Razão

ONU Poderia Conceder Direitos Humanos à "Mãe Terra"

NOVA IORQUE, 14 Abr. 11 / 02:23 pm (ACI)

A agência canadense Postmedia News informou que a Organização das Nações Unidas (ONU) poderia acolher uma proposta do Governo boliviano para reconhecer "direitos humanos" à "Mãe Terra" ou "Pachamama", ou seja, à natureza.

A insólita proposta se apóia na lei aprovada ao final de 2010 pelo Parlamento boliviano e promulgada em janeiro passado pelo Presidente Evo Morales que -segundo o jornalista Steven Edwards da Postmedia- concede os mesmos direitos das pessoas "aos insetos, árvores e a todas as coisas da natureza no país sul-americano".

Edwards explica que "a proposta boliviana procura que a ONU reconheça a Terra como uma entidade viva que os seres humanos buscaram dominar e explorar, até o ponto que o bem-estar e a existência de muitos seres se vê agora ameaçada”.

O texto ainda pode evoluir, mas a estrutura geral está destinada a refletir a Lei da Bolívia dos Direitos da Mãe Terra, que o presidente boliviano Evo Morales promulgou em janeiro".

A normativa boliviana outorga à Terra os direitos à vida, à água e ao ar limpo, o direito à reparação dos meios de vida afetados pelas atividades humanas, e o direito de estar livres da contaminação.

Também estabelece um Ministério da Mãe Terra e proporciona ao planeta um O do Povo, cujo trabalho é escutar as queixas da natureza como a voz de ativistas e outros grupos, incluindo o estado.

O debate da ONU começará no dia 20 de abril, dois dias antes do chamado Dia Internacional da Mãe Terra, outra iniciativa liderada por Morales.

A iniciativa de Morales tem o apoio, entre outros países, do Equador, da Nicarágua e da Venezuela.

Comento:

Certo, eu é que não sou à favor da derrubada de árvores de modo indiscriminado, nem tampouco à violência contra os animais. Também sou à favor das baleias e dos guaxinins!

Só que o ecologismo da esquerda ultrapassa os limites da racionalidade. Os mesmos que entram em desespero sempre que uma espécime corre risco de extinção, defendem o aborto. Segundo a lógica esquerdista, a vida de um chimpanzé ou de uma samambaia é mais valiosa do que a vida de um ser humano.

Se os esquerdistas em questão concluíssem isso apenas a respeito de si mesmos, honestamente eu não me incomodaria.

O problema é que eles tencionam edificar o sistema legal de nossa sociedade baseando-se nas suas sandices. No Brasil, por exemplo, matar qualquer animal em extinção – mesmo que esse animal esteja em fase de gestação – é crime inafiançável. 

A lei é defendida com unhas e dentes pelos socialistas!

Agora, suponha que a descriminalização do aborto aconteça no Brasil, conforme deseja o Partido dos Trabalhadores... Neste caso, o código penal protegerá, por exemplo, os ovos de tartaruga ou as mudas de paus-brasil, mas não protegerá os fetos.

Como eu disse, não acho que se devam exterminar tartarugas e paus-brasil, mas quando a lei coloca a existência humana abaixo da vida de animais e árvores, aí, bom, atingimos certamente a derrota da razão.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Igreja Católica: Construtora da Civilização, por Thomas E. Woods

O professor norte-americano, Thomas E. Woods, participou dessa série de TV na qual apresentou o conteúdo de seu livro sobre a história da Igreja. Contra aqueles que pretendem vender a ideia de que a Igreja Católica se opôs historicamente ao desenvolvimento científico, Thomas E. Woods traz provas convincentes de que o catolicismo não apenas foi favorável às inovações da ciência, mas contribuiu, ele mesmo, para esse desenvolvimento. Vale a pena assistir!








































Responsável pelo YouCat: Erro de Tradução não Muda a Doutrina da Igreja Sobre Anticoncepção

Vaticano, 13 Abr. 11 / 01:09 pm (ACI/EWTN Noticias)

O Cardeal Christoph Schonborn, Arcebispo de Viena (Áustria) e encarregado da supervisão do original em alemão do catecismo juvenil YouCat preparado para a Jornada Mundial da Juventude, explicou que o erro de tradução na versão italiana do texto não muda a doutrina da Igreja sobre a anticoncepção.

Na conferência de imprensa de apresentação do YouCat esta manhã no Escritório de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal explicou que é necessário "não confundir os erros de texto com erros doutrinais", referindo-se ao problema com a tradução ao italiano do número 420 do YouCat -redigido originalmente em alemão- que sugere que os casais cristãos poderiam recorrer a métodos anticoncepcionais.

"P: Puo una coppia cristiana fare ricorso ai metodi anticoncezionali? (Pode um casal cristão recorrer aos métodos anticoncepcionais?)

R. Si, una coppia cristiana puo e deve essere responsabile nella sua facolta di poter donare la vita. (Sim, um casal cristão pode e deve ser responsável com sua faculdade de poder doar a vida)".

O Cardeal indicou que efetivamente existe "um pequeno problema de tradução no texto italiano e se propôs fazer uma correção para a pergunta número 420". Ele assegurou que "nas próximas edições do texto isso será corrigido".

Cittá Nuova, a editora encarregada de publicar o catecismo juvenil em italiano, anunciou ontem a retirada de 30 000 cópias do mercado. Estima-se que outras 15 000 já foram vendidas.

O erro de tradução só figuraria na versão italiana. Edições Encuentro, responsável pela versão em espanhol, assegurou à agência do grupo ACI neste idioma, a ACI Prensa, que o numeral 420 foi traduzido sem esta tergiversação usando o termo “métodos de regulação da natalidade”.

O Cardeal Schonborn disse também na conferência de imprensa que a tradução do alemão ao italiano passou pela supervisão de um Bispo e era "responsabilidade dele" verificar a tradução.

Por sua parte, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou que "erro de tradução" deve-se às grandes diferenças que existem "entre o idioma alemão e o italiano".

A edição impressa do YouCat em italiano assinala como tradutor a Pietro Podolak e como bispo encarregado da revisão o Cardeal Angelo Scola, Patriarca de Veneza (Itália).

A apresentação do Youcat em português está acontecendo nestes momentos em Lisboa e espera-se que o texto chegue ao Brasil ao final do semestre.

A iniciativa de hoje, que contará com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, estará a cargo da Paulus Editora, que detém os direitos de publicação do YUOCAT para toda a comunidade lusófona.

Em uma entrevista enviada à ACI Digital pela assessoria de imprensa da editorial Paulus em Portugal, o frei Darlei Zanon, brasileiro, que trabalhou durante muitos anos na área editorial da Paulus no Brasil afirmou que "o YOUCAT será uma obra de referência para os jovens católicos, pois fala dos elementos essenciais da fé e da vida cristã de um modo dinâmico, divertido e atraente".

“Dia 13 será o lançamento mundial (do Youcat), no Vaticano. Todos os editores estarão lá para a apresentação, conferência de imprensa e a audiência com o Papa. Marcamos o lançamento aqui em Portugal também no dia 13, para sublinhar a unidade do projeto”, afirmou o frei Zanon.

Petições Para a Libertação da Católica Asia Bibi. Participem!

Asia Bibi foi presa e condenada à morte, no Paquistão, simplesmente por professar sua fé em Jesus Cristo. O número de cristãos perseguidos atualmente, no mundo inteiro, devido à sua fé supera qualquer outra perseguição religiosa.

No link abaixo podemos solicitar a intervenção de Hillary Clinton, secretária de estado dos EUA, e também a do embaixador do Paquistão no país:


Neste outro link, solicitamos a intervenção de Susan Rice, representante americana na ONU:

E, por fim, podemos assinar a petição em favor de Asia Bibi, direcionada ao povo e líderes paquistaneses:

Oremos em favor de Asia Bibi!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um Mártir da Ciência, por Olavo de Carvalho

O confronto com a Inquisição não foi uma disputa entre "ciência e fé", nem muito menos entre "ciência e superstição", mas entre a pseudo-ciência presunçosa de Galileu e a ciência superior de São Roberto Belarmino.

As biografias convencionais falsificam não somente as suas doutrinas, para torná-las mais palatáveis ao gosto do público, mas os fatos materiais de suas vidas.

A narrativa praticamente inteira da origem das ciências modernas, tal como aparece na mídia popular, em livros escolares, em filmes, em peças de teatro e até numa boa quantidade de obras escritas por acadêmicos, é uma farsa publicitária de dimensões colossais, que a pesquisa histórica das últimas décadas vem desmascarando impiedosamente.

As biografias convencionais de Giordano Bruno, Galileu, Newton, Copérnico, Descartes e outros pais da modernidade falsificam não somente as suas doutrinas, para torná-las mais palatáveis ao gosto do público, mas os fatos materiais de suas vidas, para embelezar esses personagens à custa da difamação de seus contemporâneos.

Se você pretende que seus filhos venham a ter uma educação de verdade, comece por não permitir que eles sejam alimentados, por um sistema educacional criminoso, com balelas idiotas que deformarão para sempre sua visão do passado histórico e farão deles bois-de-presépio, prontos a dizer "amém" aos professores analfabetos que não veem neles almas imortais a ser protegidas, mas militantes e eleitores em potencial, para a glória dos picaretas que nos governam.

Entre muitas outras, a lenda mais deformante é talvez a de Galileu Galilei como "mártir da ciência", fundador da ciência experimental e homem corajoso que enfrentou a Inquisição em nome do direito de investigar a verdade.

Para começar, qualquer pesquisador sério da história das ciências sabe que Galileu nunca raciocinou a partir de dados experimentais, mas de construções matemáticas hipotéticas que depois ele legitimava com pseudo - experimentos puramente imaginários, jamais levados à prática, e usados sempre como meios de persuasão retórica, nunca de verificação. Os poucos experimentos efetivos que ele realizou foram todos errados.

No que Galileu estava mesmo interessado eram antigas doutrinas ocultistas e esotéricas, das quais obteve a inspiração para suas teorias e dinheiro para sustentar uma vida senhorial como autor de horóscopos para celebridades.

Em segundo lugar, ele jamais sofreu pressão ou intimidação de qualquer natureza. Sob recomendação pessoal do Papa Urbano VIII, aliás seu padrinho, ele foi tratado com o maior respeito e deferência pelos inquisidores. Ao longo de todo o processo, teve completa liberdade de movimentos e ficou hospedado na embaixada da Toscana, que seu amigo Benedetto Castelli descreveu como "a melhor de Roma" e sua filha Maria Celeste como "um lugar tão delicioso".

O confronto com a Inquisição não foi uma disputa entre "ciência e fé", nem muito menos entre "ciência e superstição", mas entre a pseudo-ciência presunçosa de Galileu e a ciência superior de São Roberto Belarmino, que desmantelou com argumentos irrefutáveis a presunção galilaica de que o Sol fosse o centro do universo (e não só de um sistema planetário em particular).

A famosa abjuração, ante a qual gerações de vigaristas intelectuais derramaram oceanos de lágrimas de crocodilo, foi apenas uma declaração pro forma feita ante o tribunal, após a qual Galileu, sob a proteção do Papa, pôde continuar a ensinar suas mesmas doutrinas de antes sem jamais voltar a ser incomodado.

Por fim, a única penalidade que a Inquisição lhe impôs foi de uma benevolência quase obscena, que hoje soaria como favorecimento ilícito: ele foi condenado a rezar uma vez por semana, durante três anos, os sete salmos penitenciais, podendo fazê-lo em privado, isto é, sem nenhum controle da autoridade. A coisa inteira levava quinze minutos no máximo, e ele ainda não precisava submeter-se à penitência pessoalmente, podendo solicitar que suas duas filhas, ambas freiras, a fizessem em seu lugar. Nisso consistiu o "martírio" do grande homem.

Comparem esse e outros episódios do mesmo teor com os de centenas de milhões de inocentes torturados e assassinados em nome da ciência por iluministas, evolucionistas, marxistas ou nazistas, e verão que a famosa "opressão religiosa" da qual a modernidade teria nos libertado era um reino de tolerância e benevolência que a brutalidade da vida moderna soterrou num passado cada vez mais distante, cada vez mais inimaginável.

Católica é Condenada à Morte no Paquistão, por Reinaldo Azevedo

Escrevi aqui outro dia que a religião verdadeiramente perseguida no mundo hoje é o cristianismo. O mundo se levantou em defesa da iraniana Sakineh — uma islâmica condenada por um tribunal ligado à sua própria religião. E fez bem! Pois é! No Paquistão, Asia Bibi, uma católica, foi condenada à morte segundo a lei islâmica.  Ele é acusada de blasfêmia. No trabalho, diante da insistência para que abandonasse o cristianismo, ela teria afirmado: “Jesus está vivo, mas Maomé está morto. Nosso Cristo é o verdadeiro profeta de Deus. Foi levada a um tribunal e sentenciada à morte. Deve ser a tal tolerância islâmica de que tanto se ouve falar…

Asia Bibi está numa solitária, doente, sem cuidados médicos.

Um islâmico matar um islâmico no Irã parece coisa horrível. E é! Por que  o silêncio quando a condenada é uma católica? Anteontem, a Rádio do Vaticano divulgou este comunicado:

Islamabad, 11 abr (RV) - A Igreja no Paquistão celebrará no próximo dia 20, quarta-feira da Semana Santa, o Dia de Oração por Asia Bibi e por todas as vítimas da lei sobre a blasfêmia.

A iniciativa foi lançada pela Fundação Masihi a todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo. O organismo “pede aos homens e mulheres de boa vontade para que se unam em oração e acendam uma vela, implorando a Deus a salvação e a libertação de Asia Bibi e de todos aqueles que sofrem as conseqüências das falsas acusações de blasfêmia” - ressaltou o diretor da Fundação Masihi, Haroon Masih.

O Bispo de Multan, Dom Andrew Francis, Presidente da Comissão para o Diálogo Inter-religioso na Conferência Episcopal do Paquistão, aderiu à iniciativa e frisou que “a oração é um instrumento importante para os fiéis paquistaneses que confiam na obra de Deus”. Também as Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão aderiram ao evento, afirmando que tal iniciativa ajudará a sensibilizar as comunidades locais.

Também aderiram à iniciativa de oração, vários mosteiros femininos da Espanha e Itália. As monjas rezarão por Asia Bibi e para que o Senhor Ressuscitado abra os corações de todos a fim de que seja edificado o seu Reino de paz e justiça.

O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran, presidirá a celebração eucarística, no próximo dia 20, na capela do Parlamento Italiano A missa é promovida pela Associação Parlamentares Amigos do Paquistão e pela Associação de Paquistaneses Cristãos na Itália, a fim de lembrar o ministro para as minorias religiosas, Shahbaz Bhatti, assassinado recentemente no Paquistão, que defendeu Asia Bibi, pagando o preço com sua própria vida.

A Fundação Masihi faz um apelo a todas as comunidades, paróquias, associações, escolas, congregações religiosas e todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo para que se unam ao Dia de Oração por Asia Bibi e por todas as vítimas da lei sobre a blasfêmia.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

terça-feira, 12 de abril de 2011

Bento XVI e os Falsários, por Gabriel Viviani

Quarenta anos completam-se desde que, em 1971, o dominicano Gustavo Gutiérrez publicou Teología de la Liberación-Perspectivas. Considerado texto fundamental da Teologia da Libertação, a obra de Gutiérrez é, na realidade, somente a compilação das ideias socialistas que dominavam o ambiente das congregações religiosas no pós-concílio. Tempo de padres guerrilheiros, de questionamento da autoridade papal. Fernando Cardenal desafiando, com petulância irritante, a ordem de abandonar o cargo ocupado no regime revolucionário e ditatorial da Nicarágua; dominicanos abjurando a Bíblia e o crucifixo em detrimento das armas, o Reino de Deus em detrimento do comunismo; Dom Hélder Câmara e Dom Paulo Evaristo Arns flertando desavergonhadamente com Fidel Castro… Se, em 1978, João Paulo II não se elegesse papa, a Igreja talvez se transformasse apenas noutro comissariado socialista.  Karol Wojtyla enfrentou bravamente os teólogos da libertação, conseguindo conter a hemorragia. Seria, no entanto, ingênuo supor que os chamados teólogos da libertação tenham-se considerado definitivamente derrotados.

               Visite periodicamente o site da CNBB, terá sempre oportunidade de acompanhar notícias a respeito das Comunidades Eclesiais de Base. Sim, os comunistas da libertação encontram ótima acolhida dentro da CNBB. Recentemente, navegando naquele espaço, acabei descobrindo o documento intitulado Carta às Irmãs e aos Irmãos das CEBs e a todo Povo de Deus. O tal documento refere-se ao 12º encontro intereclesial das CEBs, ocorrido em Porto Velho (Ro), no ano de 2009.  A carta não chega a surpreender. O leitor experimentado logo compreende as verdadeiras intenções por trás das inocentíssimas “causas sociais”. Que há de interessante no documento das Comunidades Eclesias de Base? Recordo o que certo sacerdote disse-me: Os discursos do Papa Bento XVI na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho trouxeram novas esperanças para o trabalho das CEBs. É, segundo soube, e como sempre, os teólogos da libertação trataram de, rapidamente, distorcer as palavras de Bento XVI, justificando assim suas heterodoxias.
              Mas é claro, o Papa criticou a miséria do continente latinoamericano, lamentou o espírito consumista, recorreu à terminologia das conferências anteriores (usando mesmo a controvertida opção preferencial pelos pobres), recorreu à encíclica Populorum Progressio a fim de recordar as desigualdades sociais, e terminou observando que certas estruturas da sociedade criam injustiças. Joseph Ratzinger ter-se-ia convertido à Teologia da Libertação? Podemos colar adjetivos variados a Leonardo Boff e Frei Betto, por exemplo, epítetos impublicáveis neste blog de orientação católica, e, contudo, jamais pretenderia tê-los por “ingênuos” ou “tolos”. Tanto eles como eu sabemos perfeitamente que Bento XVI, nos seus discursos, esteve longe, mas longe realmente de tratar aqueles conceitos sob o ponto de vista do marxismo, especialidade da TdeL. Que importância isso há de ter para os teólogos da libertação? Se esses sujeitos distorcem o sentido das palavras de Cristo tencionando, assim, dar-lhe interpretação ideológica, por que não acabariam fazendo o mesmo com o discurso do Papa? Eis, então, que o fizeram! Os participantes das CEBs espalhadas pelo Brasil julgaram-se, portanto, absolutamente liberados para vincular o discurso do Papa à doutrinação ideológica.
              Os argumentos de Joseph Ratzinger não comportam interpretações contraditórias. Se no discurso inaugural do CELAM, em Aparecida, o Papa cuidadosamente investiga o problema das desigualdades sociais, abordando, inclusive, a opção preferencial pelos pobres, afasta-se igualmente das soluções materialistas. O Papa não sugere ideologias ou transformações no sistema econômico como caminho para o fim dessas desigualdades. A bem da verdade, Bento XVI rechaça o capitalismo e o marxismo:
              Tanto o capitalismo como o marxismo prometeram encontrar o caminho para a criação de estruturas justas e afirmaram que estas, uma vez estabelecidas, funcionariam por si mesmas; afirmaram que não só não teriam tido necessidade de uma moralidade individual precedente, mas que elas fomentariam a moralidade comum. E esta promessa ideológica se demonstrou como falsa.
              Mais adiante Bento XVI diz:
               … a sociedade na que Deus está ausente não encontra o consenso necessário sobre os valores morais e a força para viver segundo a pauta destes valores, mesmo que contra os próprios interesses.
              O trecho é revelador, e podemos até considerá-lo o centro da argumentação. Joseph Ratzinger parte da realidade de Deus, realidade essencialmente espiritual, e afiançado pela constatação metafísica do Ser, vai direcionando seu discurso até a problemática social. Ou seja, a teologia e a espiritualidade têm necessariamente que começar em Deus, no contato com o Espírito Santo. Só então o cristianismo se encontrará apto a enfrentar as desigualdades sociais. O materialismo dos capitalistas e dos marxistas não consegue senão implantar mais confusão e desgraça. As ideologias sempre fracassarão!
              Outro significado qualquer que se tencione dar às palavras do Sumo Pontífice é somente falsificação. Mas a Carta às Irmãs e aos Irmãos das CEBs e a todo Povo de Deus demonstra que, entre verdade e falsidade, os teólogos da libertação sempre escolhem a falsidade. Observada sob o ponto de vista da hermenêutica papal, a Carta simplesmente não tem sentido. Só a chave de interpretação marxista consegue explicá-la. Porém, o que é essa chave senão a inversão completa daquilo que Joseph Ratzinger ensinou na abertura do congresso? Se Bento XVI insiste no fracasso do marxismo, as CEBs usam sua terminologia ideológica, buscando refundar a sociedade, não através da experiência religiosa e espiritual, como pretende o Papa, mas sim através da mobilização dos movimentos ditos sociais.
              Como se vê, quarenta anos depois, a Teologia da Libertação segue destilando seu veneno subversivo, não a serviço de Deus, mas da luta revolucionária.
Site do autor: http://www.gabrielviviani.com/

Pluralismo Religioso, por Pe. Paulo Ricardo

Vale a pena ouvir a palestra do Pe. Paulo Ricardo. Se você é cristão e sente certo desconforto com a sociedade atual, sociedade sem Deus, acompanhe os vídeos.